Seleção masculina vence a Argentina e se mantém na luta por uma vaga nas quartas de final em Tóquio

Arte, site 7 Metros, Handebol Total

A primeira partida do handebol masculino na história, entre os eternos rivais da América do Sul, num torneio olímpico, depois de um jogo cheio de surpresas, terminou com a vitória do Brasil e a consequente desclassificação da Argentina no torneio, além da quase certeza que os alvicelestes serão os lanternas do grupo A , depois da última rodada, no domingo, 1 de agosto. O Brasil segue com chances de ir às quartas de final, mais matemáticas do que técnicas.

O jogo, realizado às 21h da quinta-feira (29), teve dois capítulos completamente distintos. No primeiro, durante 40 minutos, o Brasil jogando uma partida perfeita em todos os fundamentos coletivos, massacrou a atônita e irreconhecível seleção Argentina, e vencendo, até os 10 minutos da etapa final por 11 gols de diferença: 22 a 11.

João Pedro, central brasileiro, o melhor em quadra

O segundo e tenebroso capítulo, para o Brasil, começa com um pedido de tempo por parte de Manolo Cadenas, um espanhol que dirige a Argentina desde 2016. Manolo avançou a defesa de sua equipe, que começou a marcar quase que por zona, algo raro no handebol. A partir de então, ao mesmo tempo, o Brasil mergulhou num apagão ofensivo que durou dos 12 aos 21 minutos, sem marcar e sofrendo 10 gols, o que fez com que os argentinos encostassem no placar (21/22).

Nesse período, o técnico Marcus Tatá não pediu um único tempo técnico para tentar mudar o quadro dramático do jogo. A partida se arrastou emocionante e incerta, para o Brasil, até os 28 minutos, quando o time teve um acanhada recuperação e conseguiu abrir três gols (25 a 22). A seleção portenha ainda diminuiu para 25 a 23 no finalzinho. Se tivesse mais cinco minutos de jogo, possivelmente, o Brasil seria o personagem da mais improvável virada de placar num jogo de handebol olímpico. A sorte esteve do lado verde e amarelo.

No período antes do apagão, o central João Pedro, artilheiro do jogo com 7 gols, o lateral esquerdo Haniel e o lateral direito Gustavo foram os destaques individuais. O goleiro Ferrugem defendeu nove bolas, sete delas no primeiro tempo. Pela Argentina, o goleiro Leonel Maciel, apagado no primeiro tempo, defendeu seis bolas na segunda etapa. O técnico Cadenas disse, ao final da partida, que se ressentiu das ausências, na maior parte do jogo, do Diego Simonet e do lateral direito Federico Pizzaro, que entraram na partida lesionados e tiveram que ser substituídos.

Brasileiros comemorando a primeira vitória em Tóquio

Com os demais resultados pelo grupo A, o Brasil soma os seus primeiros dois pontos. A França, que venceu a Espanha, lidera com 6 pontos e quatro vitórias. A Alemanha, que passou pelo Noruega, está com quatro pontos, em terceiro lugar, enquanto a Noruega caiu para a quarta posição também com quatro pontos, mas com saldo negativo de gols maior do que a Alemanha. A Argentina ainda não pontuou e permanece com quatro derrotas.

Para ficar com a última vaga do grupo A, para as quartas de final, o Brasil precisa vencer a Alemanha na madrugada de domingo, 1 de agosto. Isso acontecendo, o Brasil empata com a Alemanha em quatro pontos, mas se classifica pelo primeiro critério de desempate, o confronto direito. Caso a Noruega perca para a França, poder ocorrer um empate triplo entre Alemanha, Brasil e Noruega com quatro pontos cada. Aí há um outro critério para apurar as seleções que seguem no torneio.

Portanto, o que resta para o Brasil é fazer uma partida perfeita, como aquela na Rio/2016 quando venceu a Alemanha por 33 a 30 na fase de grupos. A Alemanha é ampla favorita para ficar com a vaga, por sua história olímpica e os resultados obtidos em Tóquio. O Brasil, infelizmente, na maioria dos jogos contra os germânicos, em mais de 30 anos, perdeu por placares que variam de 5 a 14 gols.

Galeria de fotos...