Seleção feminina joga mal, perde para a França e dá adeus melancolicamente à olimpíada de Tóquio
- Cláudio Moura
- 2 de ago. de 2021
- 4 min de leitura
Atualizado: 3 de ago. de 2021

Arte, site 7 Metros, Handebol Total
A noite do domingo, 1 de agosto, foi absolutamente decepcionante para a torcida brasileira e em especial para os adeptos do handebol. O Brasil foi derrotado, de ponta a ponta, na última rodada da fase de grupos pela França, atual vice-campeã olímpica, no jogo que decidia qual seleção avançaria às quartas de final.
Os primeiros 12 minutos foram equilibrados, com ambas seleções errando muito no ataque. Da metade do primeiro tempo até o fim da partida, a França deu uma aula de como se joga quando está em jogo uma classificação. O Brasil esteve nervoso, apático e irreconhecível em quadra. Mais uma vez, a seleção feminina é vencida menos que por seu adversário, e sim pela absoluta falta de capacidade estratégica de jogar uma partida chave no torneio.
O único lampejo que o sete brasileiro teve em termos de recuperação foi na primeira metade do segundo tempo, quando encostou em três gols no placar, mas durou pouco. As francesas agressivas e concentradas na defesa isolaram as ações das principais figuras do ataque brasileiro, Ana Paula Rodrigues, Bruna de Paula e Duda Amorim e o Brasil voltou a errar.
A França esteve muito bem no jogo coletivo e seu ataque foi rápido, eficiente e objetivo. Soube jogar uma partida que significava a continuidade da equipe no torneio. O Brasil, depois de um começo animador, no grupo B, com uma vitória e um empate, não teve força e capacidade para vencer pelo menos uma partidas das três que restavam, contra adversários rigorosamente do seu mesmo nível, e avançar às quartas de final pela terceira vez consecutiva.
Foi a pior campanha do handebol feminino do Brasil numa olimpíada. A seleção ficou na décima primeira posição, à frente apenas do Japão. Uma pálida despedida para duas gigantes brasileiras no handebol mundial, Alexandra Nascimento e Duda Amorim. Agora é remontar o trabalho para um novo ciclo olímpico e recomeçar a luta pela medalha olímpica na França/2024. O Brasil teve uma boa renovação que entrou em quadra em Tóquio/2021. Seguir a renovação e caprichar no emocional nas horas decisivas são os grandes desafios para o handebol feminino do Brasil para as próximas competições.
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A seguir, resumo da partida feito pelo site Olimpíada Todo Dia...

O jogo começou muito disputado. Jogadas estudadas para os dois lados. Nos primeiros dez minutos, poucos gols foram marcados. A igualdade no placar era sempre presente. Perto dos quinze da primeira etapa, a França aproveitou as falhas do Brasil para abrir dois de diferença: 7 a 5. E, então, manteve sempre a vantagem com os erros de ataque do Brasil. Fechando a primeira parcial em 17 a 11.
“A gente consegui produzir, chegar até o gol, mas infelizmente pecamos nas finalizações. Contra uma equipe tão forte como a França, isso não pode acontecer. Começamos muito bem a competição, mas depois começamos a cometer alguns erros que numa competição como os Jogos Olímpicos são complicados. O esporte é assim e temos que saber perder,” comentou Alê Nascimento.
A diferença de seis gols colocou a França em um retorno quase confortável. Com as bolas na trave das adversárias, o Brasil buscou a diferença e chegou a encostar: 19 a 16. Mas as francesas usaram da dianteira no placar para fazer uma segunda parcial administrada e aumentaram a vantagem para dez gols. O Brasil acreditou até o último minuto, gritavam muito, mas não deu. Final: 29 a 22 e a eliminação de Tóquio na fase de grupos. “Essa é a minha quinta Olimpíada, já estou com 39 anos. Para mim, já foi um presente participar destes Jogos junto com essa geração. O atleta tem que estar sempre se reinventando. Há cinco anos eu falo que vou parar de jogar e não consegui, só que agora chegou o momento. Quero ser mãe e agora que acabaram os Jogos Olímpicos o meu objetivo é me concentrar, pensar no meu corpo para visualizar a gravidez. Não tenho medo do futuro. Entreguei minha vida ao handebol com muita garra, amor e prazer e faria tudo de novo,” contou Alê Nascimento.

Confira como foi a campanha da seleção feminina em Tóquio:
24.07 – 23h (horário de Brasília) – Brasil 24 x 24 Rússia 26.07 – 23h (horário de Brasília) – Brasil 33 x 27 Hungria 28.07 – 23h (horário de Brasília) – Brasil 23 x 27 Espanha 31.07 – 4h15 (horário de Brasília) – Brasil 31 x 34 Suécia 01.08 – 23h (horário de Brasília) – Brasil 22 x 29 França Resultados da última rodada da fase de grupos do torneio olímpico feminino...
Grupo A
Coreia do Sul 31 x 31 Angola
Noruega 37 x 25 Japão
Holanda 30 x 31 Montenegro
Grupo B
França 29 x 22 Brasil
Hungria 26 x 23 Suécia
Rússia 34 x 31 Espanha
Classificação...
Grupo A
1) Noruega*
2) Holanda*
3) Montenegro*
4) Coreia do Sul*
5) Angola
6) Japão
Grupo B
1) Suécia*
2) Rússia*
3) França*
4) Hungria*
5) Espanha
6) Brasil
* Seleções classificadas para as quartas de final, que serão disputadas no dia 4 de agosto, quarta-feira.
Cruzamentos das quartas de final...
Noruega x Hungria
Russia x Montenegro
Suécia x Coreia do Sul
Holanda x França

Com fotos e logomarca da IHF e do COI.
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