O futuro do handebol brasileiro depois da olimpíada de Tóquio
- Cláudio Moura
- 15 de ago. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 25 de ago. de 2021

O final da olimpíada de Tóquio deixou uma impressão que o Brasil, nos dois naipes, poderia ter obtido melhores resultados. Fica a imagem que retornamos ne tempo mais de um década, período em que nossas seleções eram promessas de um futuro exitoso e que parecia próximo. Identificar onde estão os erros é o primeiro passo para que a modalidade volte a chamar a atenção positivamente em escala mundial.
O handebol competitivo e de alto rendimento evoluiu muito na última década com a participação de atletas brasileiros, na maioria, cerca de 120, jogando no exterior. No Brasil, de uma forma misteriosa, o esporte não consegue evoluir com a densidade de praticantes para além das escolas. Temos poucos clubes, para o tamanho do Brasil, que possuem o departamento de handebol. Nem um título mundial feminino adulto em 2013, na Sérvia, serviu para mudar isso.
Em 2011, tivemos o mesmo mundial feminino disputado no estado de São Paulo e que não teve uma única emissora tv aberta ou por assinatura que transmitiu esse grande evento. Quanto aos jogos olímpicos, observo que em especial as meninas querem muito uma medalha, há pelos menos três edições dos Jogos. Em Londres e no Rio batemos na trave; quase chegamos às semifinais, mas a ansiedade, a quase certeza de chegar perto do pódio, antes dos jogos nas quartas de final, nos alijaram daquilo que tanto a comunidade do handebol sempre sonhou e muito lutou, uma medalha olímpica.
Na edição da olimpíada de Tóquio/2021, infelizmente, o Brasil, no feminino, foi envolvido tática e tecnicamente, em especial nos jogos contra a Espanha e a França, com nossas atletas ora nervosas, ora apáticas e ora ansiosas. O Jogo contra a França foi a pior partida da seleção feminina adulta nos últimos quatro jogos olímpicos.
O handebol masculino, igualmente de muito valor e de jogadores talentosos, ainda está num patamar inferior. Diferentemente das mulheres, nunca chegou à elite mundial. Dentre os homens, poucos países europeus dominam a modalidade nas olimpíadas e nos mundiais. Também sofremos da mesma ansiedade das meninas: a dificuldade de saber ganhar do grandes; e o afloramento das questões emocionais negativas nas horas decisivas, quando ter tradição, títulos e ligas nacionais fortes fazem muita diferença.
Temos que seguir tentando resolver os graves problemas políticos e administrativos que há décadas sempre nortearam a nossa confederação. Os maiores obstáculos do handebol brasileiro não são e nunca foram nossos atletas, as comissões técnicas e os professores das escolas públicas, em especial.
Com uma nova direção à frente da CBHb, que assumiu em fevereiro de 2021, vem junto a esperança de transparência na gestão, massificação do esporte para além das escolas, e cronograma de uma década, com rigoroso acompanhamento de resultados, para que o Brasil seja um dia gigante na modalidade. Mão de obra talentosa e gente apaixonada pelo handebol, jamais faltaram no Brasil.
Cláudio Moura, pelo site Handebol para Todos.

Com arte baixada da internet; logomarcas, IHF e COI.
Comments