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Brasil se classifica no masculino para Tóquio 2021 com virada histórica e espetacular sobre o Chile

  • Cláudio Moura
  • 15 de mar. de 2021
  • 4 min de leitura

Atualizado: 16 de mar. de 2021


Arte, site 7 Metros, Handebol Total


O domingo, 14 de março de 2021, entra para a história do handebol brasileiro como uma data heroica, num dia em que a seleção masculina viveu em 60 minutos uma jornada que foi do horror à glória, com o sete brasileiro jogando seguramente a pior partida da sua história diante de um rival continental (Chile), no primeiro tempo; e a redenção completa na etapa final com o goleiro Leonardo "Ferrugem" Terçariol (foto abaixo) defendendo 14 bolas disparadas contra o seu arco, com um aproveitamento de incríveis 53%, num total de 15 defesas, pois ele havia feito uma no primeiro tempo. Assim, com um partida épica e cheia de nuances, o Brasil conquista pela sexta vez vaga no torneio olímpico masculino (1992, 1996, 2004, 2008, 2016 e, agora, Tóquio/2020+1).



A partida


Quando as duas seleções estavam alinhadas para cantarem os respectivos hinos nacionais, chamou a atenção o fervor com que os chilenos cantavam o amor à sua pátria, em contraste total com os brasileiros, que estavam com os semblantes muito tensos. Era, de fato, o prenúncio do que ocorreria nos primeiros 30 minutos da partida.


Somente nos primeiros quatro minutos, com boa vontade, houve equilíbrio no jogo. Depois disso, o Brasil se fartou de erros e lentidão no ataque, com o Chile trabalhando com muita rapidez e eficiência, em especial na sua linha de armação com os experientes e talentosos irmãos Erwin e Emil Feuchtmann e o canhoto Rodrigo Salinas, que colocaram o terror na defesa brasileira, marcando gols e servindo muito bem o pivô e os dois ponteiros.


O pivô/gigante Marco Oneto (foto abaixo), de 38 anos e 2 metros e 3 cm de altura, sofreu uma lesão grave e deixou o jogo antes dos 10 minutos, assistindo do banco com a dor física e moral o Chile perder a vaga olímpica, além da sua própria despedida da seleção, depois de 21 anos e mais de 230 partidas jogadas pela "La Roja".



Do lado brasileiro, uma completa inércia em todos os setores da quadra e fundamentos de jogo. A única honrosa exceção foi Leo Dutra, lateral esquerdo, apelidado de "La Bestia" na Espanha, onde jogou por dois anos, que vindo do banco marcou cinco gols depois dos 15 minutos, salvando o Brasil de um desatre ainda maior. O Chile terminou o primeiro tempo num confortável 17 a 11, algo jamais visto num confronto entre os dois times no handebol adulto.


O central João Pedro (foto de arquivo) muito bem na etapa final


O segundo tempo de "milagres"


O Brasil, depois de errar muito seus posicionamentos e de pouco combate na defesa nos primeiros trinta minutos, voltou muito forte e com muita mobilidade na segunda etapa. Ferrugem defendeu o primeiro chute chileno; parecia um sinal do que ocorreria a seguir. O sete brasileiro, mesmo errando em alguns ataques, melhorou sua produtividade e o Brasil foi tirando gol a gol, enquanto a boa seleção chilena parecia cansada, atônita e nervosa diante de tantas defesas espetaculares de Ferrugem.


João Pedro na armação central, Gui Torriani na ponta esquerda e Haniel Langaro, muito apagado, o que é raro, no primeiro tempo, foram as principais figuras no ataque, se aproveitando do agora ótimo trabalho da defesa, que induzia ao erro seguidas vezes o ataque transandino.


E foi assim, de gol em gol, de defesa em defesa do herói da partida, Leonardo Ferrugem, que o Brasil finalmente empatou, aos 22 minutos, passando à frente pela primeira vez no jogo aos 24 minutos (24 a 23) com um gol de Haniel Langaro. Nos últimos cinco minutos, acertadamente, o Brasil gastou bem a posse de bola e chegou aos últimos segundos com um 26 a 23, que foi descontado com uma penalidade máxima ao zerar do cronômetro decretando o 26 a 24 e a comemoração do Brasil, mesmo que contida, pois era quase que impossível a Coreia do Sul vencer a Noruega, no jogo a seguir, por 17 gols e tirar a vaga olímpica brasileira. De fato, não deu. Os nórdicos venceram por 44 a 31 .


O Brasil, mais uma vez, esteve muito longe do seu melhor jogo, que caracterizou a notável evolução masculina da modalidade entre 2013 e o começo de 2019. A comissão técnica tem pouco mais de quatro meses para desvendar o mistério da queda técnica de um grupo que conta com mais de 75% dos atletas que fizeram uma bela performance na Rio/2016. Do contrário, o Brasil será sério candidato a ficar nas últimas posições em Tóquio/2021. Tempo ainda há.



Classificação final do pré-olímpico, com os seis países que se juntam à Argentina, à Espanha, à Dinamarca, ao Japão, ao Barhain e ao Egito, campeões continentais, exceto a Dinamarca, atual campeã mundial, para o torneio olímpico de Tóquio, que terá seu sorteio realizado até o final de março...




Compacto da vitória do Brasil sobre o Chile, num jogo cheio de surpresas e reviravoltas com o Brasil garantindo sua vaga em Tóquio/2021.


Festa no vestiário. Foi sofrido, cheio de altos e baixos, mas valeu



Os dois primeiros de cada grupo garantiram suas vagas em Tóquio/2021.



Nove das quinze defesas de Leonardo Ferrugem que garantiram o Brasil na Olimpíada de Tóquio/2021.


Galeria de fotos da última rodada do grupo 1 do pré-olímpico de handebol masculino, realizado em Montenegro...



Brasil x Chile


Noruega x Coreia do Sul








Com fotos e arte da IHF e dos arquivos da CBHb; vídeos, You Tube.

 
 
 

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