Brasil perde terceira partida no Mundial Masculino do Egito: pior campanha desde 2011
- Cláudio Moura
- 24 de jan. de 2021
- 3 min de leitura
A seleção brasileira fez mais uma partida apática no Mundial do Egito, pelo grupo ll na segunda fase da competição. Praticamente o mesmo grupo de atletas que ficou em nono lugar em 2019 na Alemanha/Dinamarca (melhor colocação do país e da América do Sul num mundial masculino adulto), decepcionou até aqui, não mostrando um único jogo com regularidade. No sábado (23/01), o Brasil foi presa fácil para a Alemanha.
Na verdade, o Brasil vem tendo atuações ruins desde os Jogos Esportivos Pan-Americano de Lima/2019, quando perdeu a semifinal para o Chile por 31 a 27 e ficou apenas com a medalha de bronze. O desempenho que despencou subitamente em menos de dois anos, foi confirmado com a derrota, em janeiro de 2020 na final do primeiro campeonato Sul/Centro Americano, em Maringá/PR, para a Argentina por apenas um gol na final.
O que terá ocorrido com a seleção? Seriam os sérios problemas políticos internos na CBHb? O ano atípico da covid-19? Por que a melhor geração do handebol masculino brasileiro, sétima colocada na Olimpíada Rio/2016, caiu tanto tecnicamente e em termos de confiança? Essas e outras peguntas terão que ser respondidas em menos de dois meses, pois o Brasil jogará o pré-olímpico da Noruega, no início de março, onde buscará um das duas vagas para Tóquio/2021. Os adversários serão a Noruega, o Chile e a Coreia do Sul.
Haniel observa Bitter, o paredão alemão
A partida
O Brasil entrou em quadra desfalcado de um dos seus mais importantes atacantes, o lateral direito Zé Toledo, que está fora do mundial depois de ter sofrido uma entorse num dos joelhos. Com isso, o sete brasileiro perdeu muito da sua força ofensiva.
Diferentemente das quatro partidas anteriores, em que o Brasil sofreu vários apagões durante os jogos, contra os alemães o time esteve apático, mas nunca chegou a se desligar do jogo, mesmo sempre correndo atrás do marcador. A partir dos 12 minutos, o Brasil esteve sempre atrás do marcador com quatro ou cinco gols.
O pivô Rogério Mores, mesmo perdendo alguns gols, foi a goleador do Brasil com seis gols. O central João Pedro e o lateral esquerdo Haniel Langaro tiveram boas atuações. O primeiro tempo terminou com um 16 a 12 para a Alemanha, sendo que o time europeu marcou seis gols na posição de pivô, lugar que tem sido o "caminho da mina" neste mundial para os nossos adversários.
Goleiro Johannes Bitter, onze defesas no arco germânico
O Brasil precisaria mudar o ânimo e a atitude no segundo tempo para tentar se reaproximar no placar, pois só assim jogando com uma gigante do handebol mundial. Mas não foi o que ocorreu. O Brasil perdia de 18 a 11 nos primeiros minutos da etapa final. A Alemanha encontrava facilidade em arremessos de média distância, enquanto o Brasil errava lances bobos ou disparava a bola ao gol alemão de forma antecipada e sem convicção.
A partida seguiu assim até o final com o Brasil apenas trocando gols com o adversário sem jamais ameaçar a vitória dos alemães. O 31 a 24, ao final, estampava a apatia e irregularidade que o Brasil demonstrou no Egito/2021, depois de quatro campeonatos em curva nitidamente ascendente (2013, 2015, 2017 e 2019).
O Brasil se despede do mundial na segunda-feira (25/01), às onze e meia da manhã, buscando sua única vitória no torneio. As posições de nono ao vigésimo quarto lugares são decididas pelo ranqueamento geral da competição. O Brasil, caso ganhe na segunda-feira, deve terminar entre décimo quinto e vigésimo primeiro lugares. Um mundial para aprender com os erros e voltar a jogar como nos últimos sete anos.
Galeria de fotos...
Com fotos da IHF; arte, site 7 Metros, Handebol Total.
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