Brasil avança à segunda fase do Mundial do Egito depois de derrota dura para a Polônia
- Cláudio Moura
- 20 de jan. de 2021
- 3 min de leitura
O Brasil fez uma atuação apática na última rodada do grupo B do Mundial Masculino de Handebol do Egito, na terça-feira (19/01), em especial no segundo tempo, quando teve um apagão completo, que durou 30 minutos, diferentemente das partidas anteriores contra a Espanha e a Tunísia, quando o Brasil teve momentos de instabilidade logo superados.
Com a derrota, o Brasil ficou em terceiro lugar e carrega para a próxima fase só um ponto do empate com a Espanha. O regulamento do mundial não prevê computar pontos ganhos de equipes que não avançaram na competição. Por isso o Brasil não leva o ponto do empate com a Tunísia, última colocada no grupo B.
Na próxima fase, o Brasil jogará com Hungria, Alemanha e Uruguai, os três classificados do grupo A. A seleção não enfrenta na fase seguinte a Espanha e a Polônia, que eram do seu grupo na primeira fase. Para sonhar em ficar entre os oito primeiros que fazem as quartas de final, o Brasil precisa ganhar os três jogos e torcer por tropeços da Hungria, da Alemanha da Espanha e da Polônia, o que seria um autêntico milagre. O Brasil estreia no "Main Round" contra a Hungria, quinta-feira (21/01), às onze e meia da manhã.
Pivô Vinícius Teixeira enfrentando a defesa polonesa
A partida
O jogo começou equilibrado, com poucos gols nos primeiros dez minutos. O Brasil teve muitas dificuldades para atacar. A defesa polaca tinha três jogadores gigantes: Maciej Zebala, com dois metros e um; Mateusz Piechowski, dois metros e dez; e Tomazs Zebala, de dois metros e doze, fazendo com que o pivô brasileiro Rogério Moraes, de dois metros e dois, parecesse um baixinho na linha dos seis metros de ataque. Além de altos, os jogadores da base da defesa eram muito fortes e com muita mobilidade.
Se o jogo não rendia com infiltrações, tampouco dava grandes frutos com arremessos de média distância, interceptados pela barreira ou pelo ótimo goleiro Adam Morawski. Mesmo assim, com muito esforço individual em especial dos laterais Zé Toledo e Haniel Langaro, o Brasil conseguiu manter a partida equilibrada até o final do primeiro tempo.
A defesa brasileira, em contrapartida, enfrentava muitos problemas com os pivôs poloneses, que marcaram seis gols pelo miolo da barreira. O goleiro Rangel da Rosa defendeu oito bolas de arremessos de longa e média distâncias, sendo fundamental para que a derrota no primeiro tempo tenha sido só por dois gols (13 a 11).
Baseado nas duas atuações anteriores no mundial, era esperado que o Brasil mantivesse o segundo tempo ao menos equilibrado, mas não foi o que ocorreu. O sete brasileiro voltou abatido e logo aos cinco minutos já perdia por 17 a 11. O primeiro gol do Brasil, na etapa final, só veio aos nove minutos.
Enquanto o Brasil errava movimentos em sequência no ataque, a Polônia acertava tudo, arremessando de longa e média distâncias e fazendo gols com os pivôs. Nos últimos dez minutos, o Brasil chegou a estar perdendo por 11 gols e sem esboçar reação.
Nem o goleiro Maik, que sempre ajuda a melhorar o desempenho na defesa, deu resultado. Foi seguramente o pior segundo tempo do Brasil num jogo oficial nos últimos dez anos; nada funcionou, nem os laterais Zé Toledo e Haniel Langaro, de bons desempenhos no primeiro tempo, que pareciam estar cansados. O 33 a 23 foi um placar justo ao final.
A Polônia, que veio ao mundial a convite da IHF, foi a grande surpresa do grupo B. Uma equipe com média de 24 anos e com apenas um jogador do grupo que esteve na Olimpíada do Rio/2016, perdeu para o Brasil na fase de grupos, mas ficou na quarta posição ao final.
De 2017 até os dias atuais, o país teve três treinadores diferentes e obteve resultados modestos. Pelo visto, os poloneses começam no Egito uma nova fase de sucesso tentando voltar à elite do handebol mundial, que de tempos em tempos eles frequentam.
Os melhores resultados da Polônia e mundias são: medalha de prata na Alemanha (2007); e três bronzes= Alemanha ocidental (1982), Croácia (2009) e Qatar (2015). Os poloneses também têm um bronze olímpico em Montreal/1976.
Compacto de Brasil x Polônia...
Galeria de fotos...
Os grupos da segunda fase do mundial são quatro de seis seleções em cada um. Os primeiros dois colocados de cada chave avançam às quartas de final.
Cada seleção carrega para a segunda fase os pontos conquistados nas vitórias ou empates da fase classificatória, exceto os ganhos sobre as seleções que ficaram nas últimas posições de cada grupo...
Em tempo: foi noticiado na postagem anterior do site, em 19 de janeiro, que o jogador Arthur Patrianova havia sido cortado por ter testado positivo para a covid-19. A noticia não procede. Arthur atuou contra a Polônia. Nos desculpamos com os nossos leitores.
Com fotos e logomarcas da IHF; arte, site 7 Metros, Handebol Total.
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