Desorganização e amadorismo marcam o início do campeoanto Sul/Centro-Americano de handebol masculino
- Cláudio Moura
- 22 de jan. de 2020
- 3 min de leitura

Os últimos dias do 2019 já davam pistas que o primeiro Sul/Centro-Americano de handebol masculino, que incialmente estava marcado para Santiago do Chile, poderia sofrer com a falta mínima de estrutura. Maringá/PR foi a cidade escolhida para substituir a capital chilena, imagina-se pela crise política que o país andino atravessa há alguns meses.
O site Handebol para Todos, que sempre acompanha a modalidade, em especial nossas seleções, elenca agora uma série de perguntas à CBHb e à COSCABAL, sobre situações que vinham sendo questinadas e jamais foram respondidas...
Por que com a cidade de Maringá tendo um ginásio (Chico Neto) com cinco mil e quinhentos lugares, totalmente climatizado, as duas primeras rodadas de um torneio de tiro curto, cinco dias, foram marcadas para ginásios acanhados e com pouca estrutura para a Imprensa?
Por que a CBHb que esteve de férias coletivas de 23 de dezembro a 6 de janeiro, não fez uma única matéria promovendo o campeonato, divulgando notícias da seleção e a lista de convocados?
Por que a CBHb e a COSCABAL, responsáveis pela organização do evento, não produziram um site oficial com notícias, fotos, resenhas, perfis das seleções e tabela de jogos?

A seguir, uma excelente matéria produzida pelo jornalista Demétrio Vecchioli, da coluna Olhar Olímpico, do portal UOL, que traz uma série de denúncias feitas pela delegação argentina sobre a desorganização da competição...
Sem nenhuma divulgação por parte da Confederação Brasileira de Handebol, começou nesta terça-feira (21), em Maringá (PR), o Campeonato Centro-Sul-Americano Masculino de Handebol, hexagonal que vale três vagas no Mundial do começo do ano que vem, no Egito, e só conta com times da América do Sul. O torneio, que também serve como teste para a seleção brasileira, que ainda sonha em se classificar para a Olimpíada, vem sendo muito criticado, principalmente pela rival Argentina.
Nesta terça, a Argentina estreou contra a fraquíssima Bolívia e o jogo demorou a começar porque ninguém da organização havia disponibilizado bolas. "Não havia bolas para jogar a partida. Qual é a bola oficial da Coscabal (confederação centro-sul-americana)? Por que não apareceu ninguém com bolas no jogo. Argentina x Bolívia se jogou hoje com nossas bolas. Como se organiza um torneio sem bolas?", reclamou, no Twitter, o argentino Fede Pizarro.
As reclamações começaram desde que a seleção argentina chegou a Maringá, ontem (20). Também no Twitter, o jogador Diego Simonet postou imagem da delegação dentro de um ônibus de transporte urbano (foto abaixo) na cidade paranaense. A foto causou grande repercussão. Nas redes sociais, diversos jogadores brasileiros criticaram.
"Estou fora da competição, mas isso é vergonhoso ver tal coisas. Os atletas merecem um mínimo e são por coisas básicas, como estás, no nosso esporte, que lutamos na América do Sul", escreveu Zé Toledo, lateral direito da seleção, que está fora do evento por estar se recuperando de uma cirurgia em um dos joelhos.

foto: Diego Simonet, jogador da Argentina
Também pelas redes sociais, argentinos continuaram a reclamar de problemas. O local de treinamento, segundo eles, não tem água potável. Alegam que não há ar condicionado no hotel, gelo, nem alimentação "de atleta". Pelo Twitter, Pizarro comemorou ter encontrado um local para tomar café da manhã. E festejou: "Há pratos".
O Olhar Olímpico procurou a assessoria de imprensa da CBHb, que informou que a responsabilidade pela organização é da Confederação de Handebol da América do Sul e da América Central, a Coscabal, criada em 2018 após a dissolução da Federação Pan-Americana de Handebol, que deu origem a duas confederações regionais, de América do Sul/Central e outra só para América do Norte e Caribe. O brasileiro Ricardo Souza, presidente interino da CBHb, é o vice da Coscabal.
