Geórgia é campeã invicta da terceira edição do Mundial de Nações emergentes no handebol masculino
- Cláudio Moura
- 17 de jun. de 2019
- 4 min de leitura

Seleção da Geórgia, a campeã, com sete jogos e sete vitórias
Terminou ontem, domingo, dia 16 e junho, o terceiro Mundial de Nações emergentes masculinas na modalidade. A competicão organizada pela Federação Internacional de Handebol (IHF), nessa edição disputada em Tbilisi/Geórgia, tem como o principal objetivo diminuir as diferenças técnicas e organizacionais do handebol em todo o mundo. A disputa permite atletas com até 24 anos, sendo que podem atuar três jogadores, do 14 inscritos de cada equipe, com idade superior a permitida.
Participam desse tipo de competição os países europeus que estão ranqueados do trigésimo primeiro ao quadragésimo quarto lugares no continente. Apenas seis nações da Europa, dentre as cinquenta existentes, não participam das competições organizadas pela IHF. Nos demais continentes, exceto na Oceania, os países participantes são os posicionados entre o quinto e oitavo lugares em suas respectivas regiões do mundo.

O Mundial, que teve como medalhistas a Geórgia (ouro), Cuba (prata) e a Bulgária (bronze), foi disputado em dois grupos de seis seleções cada, até serem apurados os cruzamentos das semifinais e do quinto ao décimo segundo lugares, no sábado (15), e com as colocações definitivas no domingo (16).
O campeonato apresentou um nível técnico de razoável para bom. A Geórgia sobrou e esteve acima das demais seleções. Cuba, Bulgária e Estados Unidos apresentaram boa qualidade de jogo coletivo e fizeram boas partidas.
Os Estados Unidos tiveram a segunda melhor defesa do competição, atrás tão somente da Geórgia, e só não chegaram numa das semifinais por estarem no grupo de Bulgária e da Geórgia, que atualmente são um pouco melhores que os estadunidenses.
China, Grã Bretanha, Nigéria e Colômbia formaram o grupo intermediário do torneio, com uma boa técnica, mas ainda com muitos altos e baixos no seus jogos. No pelotão mais fraco ficaram Índia, Azerbaijão e República da Irlanda. Malta, a última colocada, com sete jogos e sete derrotas, foi o país que absolutamente destoou negativamente dos demais.

As semifinais, no sábado, 15 de junho...
Geórgia e Grã Bretanha fizeram a primeira semifinal. A seleção do Reino Unido fez uma excelente partida, a sua melhor no torneio, mas não conseguiu suportar o volume de jogo ofensivo, na segunda etapa, e caiu diante dos georgianos por 28 a 21.
Cuba e Bulgária fizeram uma segunda semifinal tensa e emocionante. Os búlgaros que estiveram sempre atrás do placar, conseguiram empatar a partida nos últimos oito minutos. O jogo muito disputado, até o final do segundo tempo, acabou empatado em 32 gols, com o goleiro cubano Magnol Suaréz defendendo uma bola com o pé no último segundo do tempo normal. Na prorrogação os cubanos venceram por 38 a 35.

A disputa do Bronze e do ouro, no domingo, 16 de junho...
Bulgária e Grã Bretanha jogaram em busca da medalha de bronze numa partida dominada de ponta a ponta pelos búlgaros, que chegaram a estar nove gols à frente no placar em um determinado momento do primero tempo. Na segunda etapa, a Bulgária voltou mais forte ainda no ataque e fechou a partida em 47 a 31, um autêntico massacre e que chegou a surpreender por se tratar de uma disputa de medalha.

Giorgi Tskhovrebadze, lateral direito, muitos gols contra Cuba
A grande final, entre Geórgia x Cuba, foi à altura do que era esperado, pelos menos nos primeros 25 minutos. As duas seleções se revezavam à frente do placar, numa partida em que as defesas se impuseram diante dos ataques.
Cuba teve nos últimos 13 minutos do primeiro tempo duas vezes duplas exclusões de dois minutos, o que acabou por facilitar para o time da casa, que perdia por 10 a 9, aos 24 minutos. Dos 25 minutos até o final da primeira etapa, a Geórgia engatou cinco gols em sequência, fechando os primeiros 30 minutos em 14 a 10.
A Geórgia voltou arrasadora e chegou aos cinco minutos aumentando a diferença para sete gols. Cuba sentiu a pressão. Seus dois laterais Reiner Taboada, pela esquerda, e Salazar Toledano, pela direita, sempre muito efetivos na partidas anteriores, foram muito bem marcados e pouco produziram. O goleiro Magnol Suaréz, escolhido como o melhor do Mundial, esteve numa tarde discreta.
O placar esteve parado por cinco minutos em 25 a 20 para a Geórgia. Nesse período, Cuba perdeu dois gols com o arco da Geórgia sem goleiro, uma penalidade máxima e um gol cara com Shota Tevzadze (foto abaixo), que defendeu 9 bolas no segundo tempo, sendo duas penalidades máximas. Isso foi fatal para o dilatado 31 a 21 ao final da partida. A Geórgia foi perfeita no segundo tempo, enquanto Cuba se apagou e foi derrotado merecidamente.


Time ideal da competição
Da esquerda para a direita: Giorgi Tskhovrebadze=Geórgia (lateral direito e melhor jogador do Mundial); Teimuraz Orjonikidze=Geórgia (lateral esquerdo); Magnol Suaréz Fiss=Cuba (goleiro); Peijie Huang=China (ponteiro esquerdo); Eduardo Raynier Valiente Sarrias=Cuba (pivô); Kristian Vasilev=Bulgária (armador central); e Svetlin Dimitrov=Bulgária (ponteiro direito). O goleador da Mundial, com 66 gols, foi Edgar Sebastian, da Grã Bretanha, que não está na foto.

Classificação Final...
1) Geórgia*
2) Cuba
3) Bulgária
4) Grã Bretanha
5) Estados Unidos
6) China
7) Nigéria
8) Colômbia
9)Índia
10) Azerbaijão
11) República da Irlanda
12) Malta
A Geórgia, com o título, terá o direito a disputar a fase elminatória do Campeonato Europeu de 2022, juntamente com mais 39 seleções. Destas, 24 participam da fase final.
Nas duas primeiras edições, em 2015, no Kosovo, e em 2017, na Bulgária, Ilhas Faroe foram as bicampeãs do Mundial dos países emergentes no handebol masculino.
Galeria de fotos da disputa do Bronze e do título...
Bulgária x Grã Bretanha






Geórgia x Cuba








Obs: excelente o trabalho de cobertura feito pela Federação de Handebol da Geórgia, que disponibilizou todos os jogos ao vivo pela internet, fotos, textos e escaltes.
