CBHb alega falta de verba e desiste da participação do Mundial Juvenil feminino, na Polônia
- Cláudio Moura
- 31 de jul. de 2018
- 3 min de leitura

A crise política e institucional na Confederação Brasileira de Handebol, que está sendo investigada pela operação "Sete Metros", da Polícia Federal, fez sua primeira vítima: a seleção feminina juvenil, que tem hegemonia absoluta no continente e havia sido campeã do Pan-Americano da modalidade, na Argentina, no primeiro semestre de 2018.
Alegando falta de dinheiro, a CBHb anunciou que não poderá mandar a seleção juvenil feminina à Polônia para disputar o Mundial. A precariedade na estrutura da entidade máxima do handebol brasileiro, que se arrasta há mais de um ano, quase que impediu as participações da seleção junior feminina no Mundial da Hungria, no começo de julho, e das seleções de handebol de areia nos Mundias masculino e feminino, que terminaram no último final de semana, na Rússia.
O handebol brasileiro corre o risco de ser suspenso das competições internacionais por dois anos, o que tiraria, por exemplo, a oportunidade das seleções masculina e feminina adultas de participar dos Mundias de 2019, dos Jogos Pan-Americanos de Peru, em Lima, em 2019, e, em caso de classificação, das Olimpíadas de Tóquio/2020.

A seguir, uma texto do site "Sete Metros, Handebol Total" sobre o assunto...
POR FIM, A TRAGÉDIA ACONTECEU
A seleção brasileira juvenil feminina não irá participar do campeonato mundial da categoria na Polônia no mês de agosto.
A geração formada por meninas nascidas nos anos de 2000 e 2001, que sagrou-se campeã Pan-Americana na Argentina, ainda este ano, ficará impossibilitada de disputar tal competição tão importante.
Sonhos quebrados. Ilusões perdidas. Horas de trabalho jogadas fora. Um grupo com enorme potencial, terá uma pedra gigante colocada para seu desenvolvimento no futuro.
Quem construiu essa muralha feita de lixo foi Manoel Luiz Oliveira e sua gangue, durante seus cerca de 30 anos frente à Confederação Brasileira de Handebol.
Da criação da 7M Handebol Total, três anos atrás, até hoje, tentamos alertar sobre esse câncer. A conta uma hora viria. E veio, da maneira mais amarga possível, afetando atletas e comissão técnica, os verdadeiros grandes protagonistas do esporte.
A desculpa oficial é a falta de verba. Em 2015, fizemos uma entrevista gravada em vídeo, perguntando a Manoel Luiz se ele via algum problema ou desafio no horizonte financeiro da CBHb pós Rio-2016. Mostrando todo seu despreparo e falta de noção da realidade nacional, o mandatário negou qualquer tipo de percalço para o futuro.
De lá pra cá o handebol brasileiro virou caso de polícia. Manoel Luiz se afastou do cargo, mas continua dando as cartas através de seus fantoches. Ricardo Souza é o atual presidente em exercício. A gestão do atraso, da incompetência e da falcatrua continua a todo vapor.
Diante do quadro extremo a CBHb se cala. Suas redes sociais, não são atualizadas há dias. Não existe transparência, nem plano contingencial. Como se estivesse com vergonha, as medalhas do Hand Beach no recente mundial da Rússia nem foram anunciadas nos canais da Confederação.
O Brasil agora corre o risco de punição por parte da Federação Internacional de Handebol. O declínio da participação em um Mundial organizado pela IHF, pode ter sérias repercussões. A mais drástica, o banimento do Brasil de qualquer competição internacional no prazo de dois anos.
Um misto de vergonha e tristeza nos consome. Meninas e meninos que tinham o sonho de conquistar e viver o handebol, terão seus objetivos frustrados por anos de gestão, em que, ao que tudo indica, corrupção era a palavra chave.
Mas não é surpresa o caminho que nos levou até aqui. Com essa gente no comando, o fundo do poço, se é que já não estamos nele, é o destino.
