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Handebol brasileiro agoniza fora das quadras

  • Cláudio Moura
  • 21 de jul. de 2018
  • 3 min de leitura

Mesmo com todo o crescimento do handebol brasileiro no cenário internacional, em especial na última década, com quase 100 atletas jogando no exterior e a conquista inédita de um Mundial Feminino, em 2013, a modalidade agoniza internamente. Ligas Nacionais inexpressivas e mal planejadas, ausência quase total de divulgação na mídia, além de uma série de denúncias de corrupção que atingem a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb), colocam em risco o futuro do esporte em termos de desenvolvimento e competitividade.

Na última semana, a Polícia Federal deflagrou a operação "Sete Metros" (pênalti no handebol), que visa investigar a fundo uma série de desmandos cometidos pela confederação da modalidade. Manoel Luiz Oliveira, presidente da entidade desde 1989, encontra-se afastado do cargo há mais de três meses, por problemas de saúde. Sua última reeleição, em fevereiro de 2017, encontra-se sob investigação.

Enquanto as pendências jurídicas e políticas se arrastam fora das quadras, o Brasil já está na metade do ciclo olímpico para Tóquio/2020. Os resultados das seleções adultas se mantém satisfatórios em nível continental, mas começam a sofrer quedas de produção no cenário internacional, principalmente com a seleção adulta feminina, que ficou na pior colocação em um mundial desde 2003: um décimo oitavo lugar no Mundial da Alemanha, em dezembro de 2017. O Brasil não passou sequer da fase de grupos.

As seleções de base (cadete, juvenil e junior) se não caíram muito em seus resultados, tampouco avançaram. A queda na qualidade do planejamento e da estrutura de preparação para as principais competições já se faz sentir. O Brasil tem chegado às competições pelo mundo, em alguns casos, menos de 24h antes da estreia.

Devido às inúmeras denúncias, até aqui não esclarecidas, a CBHb perdeu, em maio último, o seu principal patrocinador, o Banco do Brasil, que alegou a descontinuidade do importante aporte financeiro por motivo de quebra de confiança. Os Correios ainda prosseguem como apoiador do handebol brasileiro, mas com uma verba infinitamente menor a do Banco do Brasil.

Manoel Luiz, presidente da CBHb, investigado pela PF

Dentro das quadras a quase paralisia da direção da CBHb, nas tomadas de decisões, vem causando constrangimentos. Devido ao cancelamento unilateral pela empresa Hummel, da Dinamarca, no fornecimento de material esportivo às seleções de todas as categorias, o Brasil vem jogando, desde o final de maio, com uma improvisação nos seus uniformes da sua ex-fornecedora, a Asics, cobrindo a marca da empresa e a do Banco do Brasil com variados tamanhos da bandeira brasileira, nos calções, nas camisas e nos abrigos.

A crise institucional do handebol atinge também o site oficial da CBHb, que não é atualizado desde 21 de junho. Toda a cobertura das atividades de nossas seleções, em especial, vem sendo realizada por sites como "Tchê Esportes", "7 Metros, Handebol Total", "Globo.com" e o nosso "Handebol para Todos". Não há um único pronunciamento oficial de dirigentes da Confederação Nacional sobre a crise.

Nem mesmo a solicitação de dezenas de atletas das nossas seleções adultas, pela renúncia de Manoel Luiz Oliveira. em blog's e perfis do facebook, sensibilizou o ainda dirigente máximo do handebol brasileiro, que mantém-se irredutível na sua certeza de continuar no comando do esporte, mesmo com todas as denúncias que pesam sobre ele.

O handebol brasileiro, de grandes e apaixonados lutadores, dentro e fora das quadras, precisa ser passado a limpo. As direções das federações e da Confederação devem transparência nas suas decisões diretivas. Não pode a modalidade seguir avançando na qualidade dos seus atletas, metodologias de treinamentos e capacitação dos técnicos, por um lado, enquanto a cartolagem segue defendendo, em contraponto,, os seus interesses particulares e muitas vezes duvidosos.

Com fotos e logomarcas baixados da Internet.

 
 
 
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