Brasil perde para a Macedônia e dá adeus às oitavas de final do Mundial junior masculino
- Cláudio Moura
- 25 de jul. de 2017
- 4 min de leitura

O Brasil se despediu melancolicamente da chance de disputar as oitavas de final do Mundial junior masculino, na Argélia, ao ser derrotado por 28 a 23 (14 a 11, no primeiro tempo) pela Macedônia na tarde da segunda-feira, 24 de julho. A seleção nacional disputa na quarta-feira o cruzamento semifinal do torneio de consolação ("President's Cup") contra a Arábia Saudita. Egito e Coreia do Sul fazem a outra semifinal. O Chile, que perdeu todas as partidas na primeira fase, disputa com Marrocos, Qatar e Burkina Faso, de vigésimo primeiro ao vigésimo quarto lugares.
A partida contra a Macedônia, que significava "céu ou inferno" para as duas seleções, acabou com a vitória dos europeus, que ficaram com a segunda colocação no Grupo C, com três vitórias e duas derrotas, o mesmo que teria ocorrido caso o Brasil vencesse. O único país das Américas que avançou às oitavas foi a Argentina, no grupo D, que ficou com a última vaga, com duas derrotas, duas vitórias e um empate. Os argentinos terão tarefa duríssima nas oitavas, pois enfrentam a única seleção com cem por cento de aproveitamento na primeira fase, a Espanha, primeiro lugar, com cinco vitórias, no grupo do Brasil.

A primeira vez que o Brasil conseguiu empatar, aos 19 minutos do segundo tempo
O Brasil repetiu o que havia feito nas demais partidas, exceto no jogo contra a Tunísia: instabilidade intensa durante todo o jogo. A seleção da Macedônia esteve sempre à frente do placar no primeiro tempo. Os seus dois laterais marcaram sete gols da linha dos nove metros (linha tracejada). O Brasil, a exemplo do que ocorreu contra a Espanha e a Rússia, teve sérias dificuldades para para passar pela defesa baixa e bem postada do adversário, que jogou todo o tempo com uma defesa 6/0, usada por quase todas as seleções europeias.
O começo do segundo, tempo até os cinco minutos, manteve o mesmo panorama da primeira etapa. Foi quando o técnico Hélio Justino, de maneira acertada, adiantou a defesa brasileira, saindo da marcação 5+1 e partindo para uma defesa por zona (3+3), o que surtiu efeito, fazendo que a Macedônia enfrentasse problemas, pois não tinha, com facilidade, o arremesso de longa distância...

Leo Dutra, ao centro, lesionado, fez falta nas últimas três partidas
Com a correta leitura defensiva, o Brasil fez uma boa partida dos cinco aos vinte e cinco minutos, quando empatou o jogo, aos dezenove minutos, e passou à frente aos vinte e um: 21 a 20. O jogo seguiu equilibrado até os 25 minutos, quando o técnico Helinho cometeu um grave erro tático: armou a defesa num 6/0, esquema que o Brasil raramente usa em suas seleções. Com isso, a seleção da Macedônia voltou a ter mais liberdade na sua linha de armação e abriu novamente quatro gols, a quatro minutos e meio do final.
O Brasil, num último esforço, baixou a diferença para dois gols, faltando três minutos. Foi quando duas jogadas de ataque, em erros sucessivos da Macedônia, selaram a sorte do Brasil: uma falta de ataque do lateral esquerdo André Amorim; e uma bola que escapou da mão de um outro atacante brasileiro, numa ação ofensiva que era bem executada, desestabilizaram por completo o sete brasileiro, que levou três gols nos últimos minutos. O placar foi justo, e mais uma vez, como ocorreu contra a Rússia, o Brasil perdeu muito mais para os seus próprios erros do que por virtudes do adversário.

Gabriel Ceretta Jung, partida discreta contra a Macedônia.
Há algumas edições que o Brasil não se despedia tão cedo da luta por melhores colocações em um Mundial junior masculino. Para citar um exemplo, fomos décimo colocados no Mundial do Brasil, em 2015.
Foi nítida a impressão que o pouco tempo de treinamento, a convocação feita a oito dias da competição, a viagem na véspera da estreia e, principalmente, a grave e persistente crise por que passa a Confederação Brasileira de Handebol, afetaram em muito o desempenho da seleção. Espera-se que não ocorra o mesmo com a seleção juvenil, que disputa na Geórgia, em agosto, o Mundial da categoria.

Resultados - grupo C
Terça-feira (18) Espanha 29 x 21 Brasil Tunísia 50 x 17 Burkina Faso Macedônia 29 x 22 Rússia
Quinta-feira (20) Brasil 36 x 29 Tunísia Espanha 31 x 26 Rússia Macedônia 48 x 20 Burkina Faso
Sexta-feira (21) Rússia 23 x 20 Brasil Espanha 38 X 12 Burkina Faso Tunísia 32 X 27 Macedônia
Domingo (23)
Tunísia 29 X 29 Rússia Espanha 36 X 25 Macedônia Brasil 37 X 17 Burkina Faso
Segunda-feira (24)
Espanha 25 X 21 Tunísia Rússia 45 X 9 Burkina Faso Macedônia 28 X 23 Brasil
Quarta-feira (26)
Oitavas de final
Quinta-feira (27) Quartas de final
Sábado (29)
Semifinais
O Brasil disputa na quarta-feira (26) a semifinal da "President's Cup" (torneio de consolação de décimo sétimo a vigésimo quarto lugares). Caso vença a Arábia Saudita, disputa o título com o vencedor de Coreia do Sul e Egito.
Domingo (30) Finais

Seleção Brasileira Júnior Masculina
Goleiros - Marcos Vinícios Colodeti (São Bernardo/ADC Metodista-SP) e Rangel Luan da Rosa (HC Odorhei-Romênia).
Armadores - André Gonçalves de Lima Amorim (BM Villa de Aranda-Espanha), Gabriel Ceretta Jung (F.C. Barcelona-Espanha), Guilherme Leonel Costa da Silva (E.C. Pinheiros-SP), João Guilherme Perbelini Ribeiro (E.C. Pinheiros-SP), Leonardo Dutra Ferreira (E.C. Pinheiros-SP) e Patrick André Toniazzo Lemos (Futebol Clube do Porto-Portugal).
Centrais - Henrique José Petter Solenta (BM Villa de Aranda-Espanha) e Leonardo Abrahão Silveira (EC Pinheiros-SP).
Pontas - Marcos Vinícius Vieira dos Santos (Sport Club do Recife/J-PE), Pedro Paulo Alves Umbelina Júnior (MRV Unicesumar Londrina-PR), Cauê Ceccon Baptista (E.C. Pinheiros-SP) e Guilherme Miguel Laranjeiro Torriani (Taubaté/FAB/Unitau-SP).
Pivôs - Edney Silva Oliveira (P.M. Maringá/Unimed/Unifamma-PR); Márcio Alan da Silva Maildo (CS Chenois Geneve Handball-Suíça).
Comissão técnica
Técnico: Hélio Lisboa Justino Auxiliar técnico: Joel Teixeira Dutra Treinador de goleiro: Diogo Castro Fisioterapeuta: Gustavo Pereira Barbosa Supervisora: Cláudia Pereira Sampaio Mota Coordenador nacional de seleções: Washington Nunes
